quinta-feira, 28 de maio de 2009

"o silêncio que evoca"


Mapa feminino Entrelinhas ...o que a folhinha não marca
Xilogravura Xilogravura Xilogravura

“o silêncio que evoca”

o eloqüente som do silêncio.
“na escolha de tantas atravesso os tempos
numa noite erma em busca da palavra que
possa reduzir-te o sonho ou recobrar-te a
essência perdida” (paulo plínio)


a alma é demasiadamente humana nas cores/dores que elieni tenório traduz por suas mãos a partir de variações e semelhanças tramadas no olhar.
a atração de suas imagens indaga ausências simultaneamente ao que se responde com
multiplicidades - essência daquilo que se quer revelar; são consoantes (LN) evocando em silêncio suas vogais e o grito contido em toda e qualquer mudez.
ambientes sempre tão íntimos, como a voz e a alma- verbo animador, resgatam secretamente o pensar/ pulsar dos personagens que somos nesse intrigante instante das relações humanas.
elieni contém essas muitas faces e ecos esperando ser auscultados; contém verbos, mas prefere imagens às palavras, e assim instigar a audição do olhar.
das impressões às vezes o nada, as cinzas e em outras as tintas timidamente ali nos lábios, nas mãos, no instinto racional das vaidades clamando lugar/ tempos para aquilo diante da vida/ morte: a alma queimando em velas, a oração dessa artista é profunda e profanamente ardente ( e difícil é não dizermos amém!). desejos e dejetos unidos num corpo.tomemo-nos por sua sedução, então comamos e bebamos- o desjejum é também nossa fala.
Agora ouvir a pele, o papel, a superfície. um segredo talvez nos seja revelado por entre os poros: o sopro divino- sua imagem e nossa (des)semelhança- fazendo um vendaval dentro de nós. deixai sair o primeiro grito para que haja luz.


benoni araújo
poeta
dezembro/2000.

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